"Viver da música é como jogar na lotaria"
Ken Hertz, um importante advogado da indústria musical
(com clientes como Britney Spears e Enrique Iglesias) declarou num debate em
Los Angeles, fez um prognóstico pessimista para todos aspirantes a músicos “Eu
acho que a realidade é a seguinte: 99,9% de todos os jovens do mundo que querem
ter uma carreira na indústria fonográfica não a terão”. O mesmo adiantou que
traçar um percurso de sucesso no mundo da música que permita ao artista viver
desta área é “como jogar a lotaria. E a
razão pela qual as pessoas jogam na lotaria é porque é mais fácil entender o
prémio do que as probabilidades contra elas.”
Segundo o advogado a maioria dos potenciais músicos
nunca terá sequer a oportunidade de conhecer um executivo da indústria musical
que lhes possa abrir as portas deste mundo. Numa nota mais encorajadora, Hertz
afirmou que acreditar em si próprio é um factor fundamental para preservar na complicado panorama musical possuir uma
“auto-confiança inabalável.” Para ter êxito no mercado discográfico, o advogado
considera que ainda a música tem de contar uma história e os artistas têm de “embalar essa história em papel de presente
para as pessoas para as quais fazem isso isso porque elas têm uma escolha. Para
que eu ouça algo, eu tenho que decidir que vale a pena”.
A selectividade do público
alvo depende da acessibilidade da música assim como da capacidade de
ressonância e de agradar ao ouve. Na actualidade as redes sociais são uma
plataforma incontornável de exposição que permitem a todas as pessoas
expressar-se livremente, partilhar músicas e trocar ideias. Sabemos que um
videoclipe bem produzido pode gerar milhões de visualizações em plataformas com
o youtube e servir como um cartão de visita impressionante. A expressão “viral”
é usada para descrever vídeos de grande popularidade. “A maré está subindo e é
muito mais difícil ficar com a cabeça fora de água”, concluiu Ken Hertz.
Voz, melodia e criatividade
são requisitos que quase se perdem no meio dos lamentos pelas baixas vendas de
discos, pela competitividade cerrada e dos modelos tradicionais que não funcionam
mais e exigem um repensar de estratégias. Os executivos exigem a produção em
massa de hits de vendas retumbantes, recorrem a fórmulas fáceis e não arriscam
no que oferecem ao público.
A produção mercantilizada e
voltada excessivamente para o lucro arrisca-se a esquecer o que está no coração
da própria música: autenticidade, capacidade de suscitar identificação,
emotividade e reacções viscerais; ou seja, de ter um impacto real na vida de
quem descobre uma nova canção. Afinal, todos sabemos que o jogo de
probabilidades da vida não está a nosso favor e mesmo assim, quando queremos
conseguimos sair do padrão do que é expectável e monótono e expressar-nos
verdadeiramente.
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