Emoções
As emoções passam por várias
etapas antes de se manifestarem. Elementos novos (um objecto, um cheiro, uma
música) despertam os nossos sentidos e desencadeiam uma determinada recepção
por parte dos órgãos que captam os estímulos vindos do exterior. Através de
impulsos eléctricos, a reacção é enviada ao cérebro que terá uma resposta. Esta
é a primeira fase do desencadear de emoções.
A próxima fase processa-se a nível
do sistema límbico: superfície medial do cérebro dos mamíferos, situada na zona
mais central e profunda do cérebro, responsável pelas emoções e constituída por
neurónios. Através do sistema nervoso autónomo, comanda certos comportamentos
necessários à sobrevivência e influencia o funcionamento visceral e a regulação
metabólica do organismo. O sistema límbico recebe os sinais cerebrais e entra
num estado de alerta, que vai ser interpretada noutra zona do cérebro.
A
terceira etapa dá-se quando o cérebro memoriza, classifica e avalia os
estímulos à medida que os recebe, categorizando-os de acordo com o seu arquivo
de experiências.
A produção de emoções decorre na quarta etapa e dá-se através
dos lóbulos frontais do cérebro. É nesta zona que são interpretadas as
mensagens e comparadas com estímulos anteriores, sendo activados os
neurotransmissores que transmitem com grande rapidez mensagens pelas células.
Os sistemas nervosos (simpático e parassimpático), que controlam os órgãos
internos entram em intensa actividade. O sistema nervoso simpático induz o
organismo a produzir energia suplementar e a ter reacções instintivas. O
parassimpático tem as funções opostas: de guardar e poupar energias.
As nossas emoções são transmitidas através do rosto e da
postura, apesar de ser possível mascarar estados de espírito ao controlar a
nossa expressividade ou forçando um sorriso por exemplo. Em relação às
crianças, os adultos mostram maior capacidade de modificar as suas reacções,
camuflar sentimentos e usar palavras que não correspondem ao seu verdadeiro
estado de espírito. As crianças pequenas ainda não aprenderam a ocultar o que
lhe vai na alma e mostram maior espontaneidade e todos os sinais que revelam
são autênticos e espelham toda a sua emotividade. Alegria, medo, desagrado,
raiva são emoções básicas que todos sentimos a determinado momento da nossa
vida. Estas não são exclusivas do ser humano e também os animais vivenciam, em maior ou menor grau, emoções distintas que manifestam através das suas atitudes e fisionomia.
No seu poema “A emoção fugitiva” Pablo Neruda escreveu: “Vamos buscando
a emoção/ que não podemos encontrar/ neste tédio sempre igual que nos envolve o
coração. Enfermos deste eterno mal/ que antes que nasça algum amor/ alegrará
com a sua canção/ esta amarga solidão (…)”
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