Cinza
Em seis biliões de pessoas a respirar
Neste mundo estranho e alucinado
Uma enleva-nos como se pudéssemos voar
Toca-nos como se tivesse sido ensinado
Queimam-se pontes, num sopro eloquente
Vivemos fora do espaço e do tempo
A cabeça não pensa, apenas sente
Imbuída no mais doce esquecimento
A verdade está onde a procurares
Não preciso de provas, posso antevê-las
Vida e luz habitam em todos os lugares
Pairam no céus, reluzindo no pó das estrelas
De calor a gelo, alegria a desgosto
Sei que não adianta olhar para trás
Posso não aguentar pois carne e osso
Mente e corpo; tudo em cinza se desfaz
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