Obscuridade de Goya
Francisco Goya y Lucientes (1746-1828) foi um dos mais originais pintores e gravadores espanhois, conhecido como Goya, o Turbulento. Deixou um trabalho artístico retratos, paisagens, cenas mitológicas, trágicas, em tom de sátira, crítica comédia. Homens, deuses e denómios, profano se misturavam numa arte obscura, orgânica e verdadeira.
Nascido em Aragão a 30 de Março de 1746, iniciou-se na pintura aos 14 anos, a copiar produções dos mestres. sendo aluno do pintor Don Jozé Luzan y Martinez. Com 17 anos vai viver para Madrid e estuda com Anton Raphael Mengs, artista popular na realeza espanhola. Aí, com a frustração de não conseguir entrar por duas vezes na Academia de Belas Artes e as desavenças com o seu mestre, terá surgido um período de rebeldia e aventura no jovem.
Em 1771 Goya recebe uma menção honrosa num concurso da Academia de Belas Artes de Parma e é contratado para fazer o fresco da Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça. Nos anos seguintes, trabalhou também no Palácio de Sobradiel e Monastério Aula Dei e casa-se com Josefa Bayey.
Multifacetado, trabalhou para fábricas e desenhos para tapeçaria, reproduzindo cenas de folclore e paisagens, mais por obrigação do que por não genúino interesse. Em Madrid dedicou-se a pintar retratos, sendo que em apenas um ano (1774) concluiu 14. Em 1780 ingressa na Academia de San Fernando e apresenta a obra “La Crucificada”, que obedecia às regras académicas da época. Alguns anos depois, os seus serviços eram requisitados por aristocratas e nobres. Em 1785 tornou-se o pintor oficial do rei D. Carlos IV e da sua família e dedica-se também a pintar auto-retratos.
Em 1792, ao viajar para a Andaluzia é acometido por uma doença grave e misteriosa que o deixa em estado de paralisia temporária, surdez total e parcialmente cego. A doença faz extravassar o lado mais negro de Goya para a sua arte: começa a usar cor mais escuras e a exprimir com mais liberdade as preocupações e aflições da sua mente. Após recuperar parcialmente, regressa à capital espanhola e ao seu trabalho como artista da Corte. Porém, decide continuar a realizar simultaneamente obras artísticas oníricas e vanguardistas, que lhe davam mais prazer do que as encomendas que o sustentavam financeiramente.
Goya começa a mostrar preocupações sociais ao tentar mostrar as fraqueza morais e a verdadeira índole dos aristocratas. Tinha um fascínio sincero por retratar mulheres e crianças, que pintava com grande carinho.
As suas obras seguintes seriam o reflexo da profunda tristeza e revolta interior de Goya bem como da devastação pelas invasões de Napoleão. Os horrores, a ganância e a maldade testemunhada pelo artista despertam-lhe amargura e a vontade de denunciar a falta de compaixão humana e o sofrimento daí resultante. Desse tempo destaca-se a popular série de pinturas “Los desastres de la guerra” e “Los fusilamientos del tres de mayo”, com um uso de cores fortíssimo e soberbo a espelhar a crueldade da guerra, fuzilamentos; num prisma em que algozes e vítimas são parte de um jogo onde terminam todos derrotados.
A Inquisição espanhola abre em 1821 um processo contra Goya, classificando pintura suas como “obscenas”. O pintor acaba por sair ilibado das acusações e retorna a ser o pintor da Corte, onde é inserido nas correntes do neoclassicismo e romantismo.
Na última fase da sua vida, Goya cobriu as paredes da quinta onde morava com as suas chamadas pinturas negras, série de 14 quadros pintados com a técnica de óleo a seco, que retratavam tormentos, opressão, e fragilidade física e mental. Entre elas destaca-se “Saturno devorando a un hijo”, actualmente exposta no Museu do Prado, que remonta aos conflitos internos da Espanha no reinado de Fernando VII e a sua agonia do artista.
Goya muda-se para os Bordéus, na Franca e morre nesta cidade a 15 de Abril de 1828. Na sua série “Los caprichos”, Goya deixou uma das suas convicções “O sono da razão produz monstros”. Com a sua arte bela e desafiadora, Goya foi uma voz que se ergueu contra as injustiças do seu tempo, um dos mais turbulentos e dramáticos da história da Humanidade.
Nascido em Aragão a 30 de Março de 1746, iniciou-se na pintura aos 14 anos, a copiar produções dos mestres. sendo aluno do pintor Don Jozé Luzan y Martinez. Com 17 anos vai viver para Madrid e estuda com Anton Raphael Mengs, artista popular na realeza espanhola. Aí, com a frustração de não conseguir entrar por duas vezes na Academia de Belas Artes e as desavenças com o seu mestre, terá surgido um período de rebeldia e aventura no jovem.
Em 1771 Goya recebe uma menção honrosa num concurso da Academia de Belas Artes de Parma e é contratado para fazer o fresco da Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça. Nos anos seguintes, trabalhou também no Palácio de Sobradiel e Monastério Aula Dei e casa-se com Josefa Bayey.
Multifacetado, trabalhou para fábricas e desenhos para tapeçaria, reproduzindo cenas de folclore e paisagens, mais por obrigação do que por não genúino interesse. Em Madrid dedicou-se a pintar retratos, sendo que em apenas um ano (1774) concluiu 14. Em 1780 ingressa na Academia de San Fernando e apresenta a obra “La Crucificada”, que obedecia às regras académicas da época. Alguns anos depois, os seus serviços eram requisitados por aristocratas e nobres. Em 1785 tornou-se o pintor oficial do rei D. Carlos IV e da sua família e dedica-se também a pintar auto-retratos.
Em 1792, ao viajar para a Andaluzia é acometido por uma doença grave e misteriosa que o deixa em estado de paralisia temporária, surdez total e parcialmente cego. A doença faz extravassar o lado mais negro de Goya para a sua arte: começa a usar cor mais escuras e a exprimir com mais liberdade as preocupações e aflições da sua mente. Após recuperar parcialmente, regressa à capital espanhola e ao seu trabalho como artista da Corte. Porém, decide continuar a realizar simultaneamente obras artísticas oníricas e vanguardistas, que lhe davam mais prazer do que as encomendas que o sustentavam financeiramente.
Goya começa a mostrar preocupações sociais ao tentar mostrar as fraqueza morais e a verdadeira índole dos aristocratas. Tinha um fascínio sincero por retratar mulheres e crianças, que pintava com grande carinho.
As suas obras seguintes seriam o reflexo da profunda tristeza e revolta interior de Goya bem como da devastação pelas invasões de Napoleão. Os horrores, a ganância e a maldade testemunhada pelo artista despertam-lhe amargura e a vontade de denunciar a falta de compaixão humana e o sofrimento daí resultante. Desse tempo destaca-se a popular série de pinturas “Los desastres de la guerra” e “Los fusilamientos del tres de mayo”, com um uso de cores fortíssimo e soberbo a espelhar a crueldade da guerra, fuzilamentos; num prisma em que algozes e vítimas são parte de um jogo onde terminam todos derrotados.
A Inquisição espanhola abre em 1821 um processo contra Goya, classificando pintura suas como “obscenas”. O pintor acaba por sair ilibado das acusações e retorna a ser o pintor da Corte, onde é inserido nas correntes do neoclassicismo e romantismo.
Na última fase da sua vida, Goya cobriu as paredes da quinta onde morava com as suas chamadas pinturas negras, série de 14 quadros pintados com a técnica de óleo a seco, que retratavam tormentos, opressão, e fragilidade física e mental. Entre elas destaca-se “Saturno devorando a un hijo”, actualmente exposta no Museu do Prado, que remonta aos conflitos internos da Espanha no reinado de Fernando VII e a sua agonia do artista.
Goya muda-se para os Bordéus, na Franca e morre nesta cidade a 15 de Abril de 1828. Na sua série “Los caprichos”, Goya deixou uma das suas convicções “O sono da razão produz monstros”. Com a sua arte bela e desafiadora, Goya foi uma voz que se ergueu contra as injustiças do seu tempo, um dos mais turbulentos e dramáticos da história da Humanidade.
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