A eterna insatisfação humana
É comum sentir-se insatisfação num determinado momento, sem que para isso às vezes encontremos explicação. O quadro torna-se grave quando a situação é estrutural e indissociável, como um poço sem fundo que é se tenta encher em vão e torna impossível desfrutar a vida de forma serena e com qualidade. Aí, a insatisfação pode ser apenas um sintoma de uma perturbação mais complexa, a ponta visível de um aglomerado de problemas e dores emocionais.
Se tudo o que se retirar dos afectos e do trabalho, por mais que se faça, não parecer suficiente para nos completar como pessoas, essa insatisfação latente não deve ser escamoteada mas sim direccionada produtivamente. O sofrimento pode ser transformado num emblema, simbolizado a partir de palavras, de objectos ou manifestações artísticas.
O psicanalista franco-argentino Nasio considera que o sofrimento é “o derradeiro afecto, a última muralha antes da loucura e da morte” e que manter fantasias é uma forma de protecção do inconsciente contra o perigo trazido por um gozo máximo e pleno, que destruiria a ordem das coisas tais como são conhecidas.
Para se superar, qualquer pessoa terá de ir além da sua zona de conforto, deixar de repetir os mesmos padrões e procurar criar novas maneiras de lidar com as adversidades que se lhe deparam.
Ter sucesso na vida é um desejo absolutamente natural, é preciso traçarem-se planos para que estes possam ser cumpridos. Não ter qualquer tipo de ambição, principalmente na juventude, não permite descoberta, crescimento nem dedicação a uma causa ou empreendimento. É essa ambição que permite movimento, mudança, para que a pessoa se possa desdobrar e dar mais de si aos outros e ao mundo. Os plenamente satisfeitos não têm necessidade de se reinventar e exceder-se, pelo que mais facilmente caem em estagnação infrutífera.
De um prisma animal, a insatisfação é uma característica ligada aos instintos de sobrevivência e à evolução da espécie. Permite obter mais alimento, escapar a predadores e encontrar os melhores sítios para reproduzir e habitar. Querer mais é a única arma para combater a ignorância, a injustiça, para promover um desenvolvimento comum. Se não causar uma ansiedade desgovernada que como um monstro de vários tentáculos nos devore e atormente, ser insatisfeito tem vários pontos positivos.
A ambição é nefasta quando apenas leva ao proveito próprio, à ganância e egoísmo sem qualquer atenção para com os demais. Se levar ao altruísmo irá beneficiar a própria pessoa e todos os restantes, acrescentar em vez de usurpar.
Em grande parte, os nossos actos dependem de um jogo de forças interior que tanto pode dar origem a uma fundação sólida e admirável quanto fazer desabar qualquer projecto. Em última análise, a vida anda em estreita dependência com a força e valor dos nossos pensamentos.
Se tudo o que se retirar dos afectos e do trabalho, por mais que se faça, não parecer suficiente para nos completar como pessoas, essa insatisfação latente não deve ser escamoteada mas sim direccionada produtivamente. O sofrimento pode ser transformado num emblema, simbolizado a partir de palavras, de objectos ou manifestações artísticas.
O psicanalista franco-argentino Nasio considera que o sofrimento é “o derradeiro afecto, a última muralha antes da loucura e da morte” e que manter fantasias é uma forma de protecção do inconsciente contra o perigo trazido por um gozo máximo e pleno, que destruiria a ordem das coisas tais como são conhecidas.
Para se superar, qualquer pessoa terá de ir além da sua zona de conforto, deixar de repetir os mesmos padrões e procurar criar novas maneiras de lidar com as adversidades que se lhe deparam.
Ter sucesso na vida é um desejo absolutamente natural, é preciso traçarem-se planos para que estes possam ser cumpridos. Não ter qualquer tipo de ambição, principalmente na juventude, não permite descoberta, crescimento nem dedicação a uma causa ou empreendimento. É essa ambição que permite movimento, mudança, para que a pessoa se possa desdobrar e dar mais de si aos outros e ao mundo. Os plenamente satisfeitos não têm necessidade de se reinventar e exceder-se, pelo que mais facilmente caem em estagnação infrutífera.
De um prisma animal, a insatisfação é uma característica ligada aos instintos de sobrevivência e à evolução da espécie. Permite obter mais alimento, escapar a predadores e encontrar os melhores sítios para reproduzir e habitar. Querer mais é a única arma para combater a ignorância, a injustiça, para promover um desenvolvimento comum. Se não causar uma ansiedade desgovernada que como um monstro de vários tentáculos nos devore e atormente, ser insatisfeito tem vários pontos positivos.
A ambição é nefasta quando apenas leva ao proveito próprio, à ganância e egoísmo sem qualquer atenção para com os demais. Se levar ao altruísmo irá beneficiar a própria pessoa e todos os restantes, acrescentar em vez de usurpar.
Em grande parte, os nossos actos dependem de um jogo de forças interior que tanto pode dar origem a uma fundação sólida e admirável quanto fazer desabar qualquer projecto. Em última análise, a vida anda em estreita dependência com a força e valor dos nossos pensamentos.
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