Os movimentos feministas
O feminismo é definido por um movimento social, político e filosófico que luta por direitos iguais entre homens e mulheres e uma vida livre de pressões baseadas em diferenças de género.
A história deste movimento pode dividir-se em três fases distinas: século XIX e início do século XX (sufragismo feminino), décadas de 1960 e 1970 (movimentos de liberação feminina) e por último, da década de 1990 até ao tempo presente (continuação de ideologias e correcção de falhas anteriores).
Alguns dos assuntos pelo qual o feminismo se bateu ao longo do tempo foram os direitos legais das mulheres (voto, propriedade e contrato), direito à integridade do seu corpo, protecção contra a violência doméstica, assédio sexual e violação e acesso aos métodos contraceptivos. No trabalho, procurou-se atenuar a preocupante discriminação em relação aos homens e conquistar salários iguais e licença de maternidade.
As ideias feministas têm passado por uma evolução e reformulação constante. Se antes se relacionava a desigualdade face aos homens com racismo, colonização e homofobia, a construção dos papeís dos géneros pela sociedade foi enfatizada nas décadas seguintes.
Na primeira fase do feminismo, a acção orientou-se na conquista de poder político feminino, na autonomia de decisão das mulheres (em oposição aos casamentos arranjados, por exemplo) e campanhas pelos direitos sexuais, reprodutivos e sexuais.
No Reino, o direito de voto foi perseguido incansavelmente pelas suffraggetes e finalmente concedido em 1918, no Representation of People Act, para mulheres com mais de 30 anos e pelo menos uma casa. Dez anos depois, todas as mulheres britânicas com mais de 21 anos poderiam votar. Nos Estados Unidos, algumas das mulheres militantes tinham já feito campanha pela abolição da escravatura. Em 1919, é concedido às norte-americanas o direito de voto em todos os estados. Uma das activistas mais notáveis deste período foi Emmeline Pankhurst (1858- 1928), uma das fundadoras do movimento britânico do sufragismo, foi amplamente conhecida pela sua sagacidade, diligência e determinação. Presa por diversas vezes, Emmeline recorreu a diversas técnicas para chamar a atenção ao seu movimento, chegando a fazer greves de fome e quando faleceu tinha atingido a maior parte dos seus propósitos.
A segunda fase do movimento feminista incidia no fim da discriminação e desigualdades e incentivava as mulheres a identificarem os aspectos politizados das suas vidas, as estruturas de poder sexistas alicerçadas na cultura e sociedade. Destaca-se neste contexto o slogan da activista Carol Hanisch “O pessoal é político”. Nos Estados Unidos a liberação das mulheres foi exprimida com numerosos protestos, o concurso Miss America e as controversas queimas de soutiens. Uma das obras mais importantes desta época é “A mística feminina” (1963) de Betty Friednan que criticava a ideia de que as mulheres só poderiam ser felizes dentro no meio familiar, a cuidar da casa, marido e filhos. A escritora Merlin Stone investigou a religião matriarcal e apresentou ao público o culto universal da serpente associado à mulher como símbolo de vida, força, fertilidade e sabedoria espiritual.
A terceira fase do feminismo visava um alargamento definições da feminilidade, com atenção nas subjectividade racial e desafio de paradigmas previamente aceites. Servindo-se de interpretações pós- estruturalistas do género e sexualidade, as feministas desta época salientam o papel da micropolítica na vida das mulheres e visam a reconstrução do seu espaço, representação e importância nos destinos da humanidade.
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