Nenúfares de Monet
Claude Monet (1840-1926) foi um dos mais notáveis pintores impressionistas franceses do século XX. Filho de uma família de posses modestas, Monet rejeitou o comércio para abraçar a pintura, apoiado por uma tia com a mesma profissão. Ingressou numa escola de artes em 1851 e tornou-se famoso na cidade pelas caricaturas que desenhava. Foi nas praias da Normandia que Monet travou uma amizade, anos depois, com Eugène Boudin. Com ele, o jovem pintor aprende a pintura ao ar livre e novas técnicas. Após o falecimento da mãe, Monet deixa a escola aos 16 anos e vai morar com a tia.
No ano de 1859 vai morar para Paris onde estuda pintura e conhece aquela que viria a ser a sua primeira mulher, Camille Doncieux, retratada com frequência nos seus quadros. Para além disso, Monet procurava inspirar-se nos grandes mestres da arte parisiense e ia regularmente o museu do Louvre. Obrigado a juntar-se ao exército em 1861 para combater em terras argelinas, Monet consegue uma dispensa do serviço militar e matricula-se na universidade de Artes. Monet não gostou do tradicionalismo da pintura académica e em 1862 vai estudar artes com Charles Gleyer. É nessa altura que conhece outros pintores de vulto como Renoir, Bazille e Sisley. Monet começa então a expor telas no salão de Paris tais como “Estuário do Sena”, “Ponte sobre Hève no Vazante”, “O vestido verde” e “A floresta em Fontainebleu”. Os quadros tiveram uma recepção encorajadora. Após a rejeição do portentoso quadro “Mulheres do Jardim”, Monet tem o primeiro filho, Jean e começa a viver dificuldades financeiras. É distinguido na altura com a medalha de prata na Exposição Marítima Internacional de Le Havre, localidade onde residia, com o quadro “O molhe de Le Havre”.
Em 1870, três anos após o nascimento do primogénito, Monet casa com Camille e vai viver para Londres com o eclodir da guerra franco-prussiana. Ao regressar à França muda-se para Argenteuil. As belas paisagens naturais e o rio Sena iam inspirar muitas das suas pinturas ao ar livre que executaria sozinho e com os seus amigos de Paris. O termo impressionismo surgiu a partir de um dos seus quadros de Monet de 1872 intitulado de “Impressão, nascer do sol” e que iria baptizar um movimento revolucionário da arte, baseado no efeito da luz sob pinceladas rápidas. A tela seria exibida na primeira exposição impressionista de 1874.
Quatro anos depois Monet volta a ir viver para Paris, devido à má situação financeira. Nasce então o seu segundo filho, Michel. Na capital francesa, Monet acaba por apaixonar-se por Alice Hoschédé, casada com um conhecido seu. Após a morte dos respectivos conjugues, Monet casa-se com Alice em 1892. Entretanto tinha-se mudado para Giverny, na Mormandia.
Na década seguinte, Monet faria vários retratos da Catedral de Rouen e de pilhas de feno. Indiscutivelmente, a sua série de quadros mais célebre é “Nenúfares”, pintados em 1899, da sua propriedade em Giverny. O mundo encantou-se com as pinturas do lago e da pequena ponte japonesa imortalizados pelo pintor e deu-lhe o reconhecimento artístico que este buscara toda a vida. Monet gostou de ver as flores cair sobre o lago na estação Outonal e ofereceu o seu olhar particular sobre a bela natureza que o rodeava. A sua técnica distingue-se pelos quadros apresentarem cada vez mais nitidez, à medida que se distanciam um pouco os olhos.
Acometido por uma catarata nos últimos anos da sua vida, enfermidade desenvolvida pelas muitas horas a pintar exposto ao sol, Monet passou por tempos difíceis, agravados pela morte da segunda mulher. O pintor apoia-se na sua amizade com Georges Clémenceau (estadista, médico e jornalista francês) para ter alegria de viver e pintar. Faz uso então de cores mais fortes para facilitar a visão tais vários tons de vermelho sangue, verde, rosa carregado e verde.
Monet faleceu a 5 de Dezembro de 1926 e está enterrado na Igreja de Giverny, na Haute-Normandia.
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