Dugongos, sereias do mar
Após a entrada sobre os manatins, chega a vez dos dugongos, que tal como os primeiros, são mamíferos marinhos herbívoros.
Os dugongos (nome que significa sereia em malaio), são o menor membro da ordem Sirenia, têm dentes afiados. Para além das algas marinhas, podem alimentar-se ainda de pequenos animais invertebrados tais como lagostas e outros crustáceos. As algas são ricas em nitrogénio e de fácil digestão para os dugongos, que não têm divisões no estômago mas cujos intestinos são muito longos e com bactérias que processam eficientemente a celulose das algas.
Os dugongos possuem uma figura rotunda e crescem até três metros de comprimento e 400 kg de peso. A sua pele é suave e espessa. Ao contrário de outros mamíferos não conseguem suster a respiração dentro de água durante muito tempo mas podem respirar com a maior parte do seu corpo submersa. Os olhos e ouvidos destes animais estão de lado da cabeça e os seus movimentos são caracterizados como sendo lentos e graciosos.
Esta espécie ocupou antigamente todas as regiões tropicais do Oceano Índico e Oceano Pacífico mas actualmente tem uma distribuição mais restrita, vivendo especialmente na Grande Barreira de Coral (o maior recife de coral do mundo na costa da Austrália) e no Estreito de Torres.
Os dugongos vivem cerca de 70 anos e as fêmeas começam a reproduzir-se pela primeira vez entre os seis e os 17 anos. Dugongos macho em bando sentem o calor que indicam que o dugongo fêmea está em época reprodutiva e perseguem-na até conseguirem acasalar com ela. Este processo costuma ser violento e deixar cicatrizes aos animais envolvidos. A gravidez tem a duração total de 14 meses, com as mães a cuidarem das crias até aos 18 meses. A maioria destas últimas nasce entre Setembro e Outubro.
Os dugongos tiveram um importante papel na tradição e cultura dos povos aborígenes e do Estreito das Torres e continuam a ser caçados ainda hoje, com restrições legais.
A maior ameaça à sobrevivência dos dugongos é a perda do seu habitat natural devido à poluição marítima, provocada pelo despejo de lixo industrial e urbano nas águas bem como à diminuição da vegetação aquática.
As redes de pesca para certos tipos de peixe e para os tubarões têm contribuído para o afogamento de dugongos na Austrália, tendo sido substituídas por outro tipo inofensivo para estes animais.
Os dugongos devem ser cada vez mais alvo de especial protecção, para que as gerações futuras possam continuar a desfrutar das peculiaridades destes interessantes animais.
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