Tsunami e captura

No dia 11 de Março de 2011 o mundo assitiu em choque a um sismo de proporções colossais que atingiu o Japão, tendo como epicentro a região de Tohoku, na costa leste da Pensínsula de Oshika. Esta foi a maior calamidade do género a assolar o território japonês e uma das cinco piores do mundo, desde que se procederam aos registos modernos. 


O sismo veio acompanhado de um tsunami com ondas de quatro metros e a cidade de Sendai, capital da província de Miyagi, foi destruída quase na sua totalidade. Estima-se que o eixo terrestre se tenha modificado em 25 cm. A força arrasadora das águas, que tudo levaram à frente, é considerada por alguns como tendo sido mais letal do que o terramoto em si, na medida em que aniquilou casas, edíficios públicos e províncias inteiras, ao que vem associado altos índices de mortalidade. 


Os desalojados choravam a perda de todos os seus bens e outros gritavam em choque pelos entes queridos desaparecidos ou mortos durante o tsunami. Para agravar a situação já de si extramemente crítica e preocupante, no dia seguinte, 12 de Março, ocorreu uma explosão na central nuclear do Fukoshima que deixou vários feridos.
Na altura várias mensagens de condolências foram enviadas ao imperador do Japão, Akihito, lamentando a imensa destruição e vítimas que o grande terramoto do leste do Japão deixou para ver. Resta saber se as promessas de ajuda serão postas em prática e quando tempo irá demorar até que o país se refaça por completo deste enorme infortúnio.


Mais recentemente, a 2 de Maio, o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama anunciou a captura e morte do terrorista Osama Bin Laden, o homem mais procurado do mundo desde que se assumiu como o responsável pelo atentado de 11 de Setembro. 
Os detalhes da operação especial, desenvolvida pela Joint Special Operations em colaboração com a CIA, estão ainda envoltos de secretismo e as versões dos acontecimentos contradizem-se. Sabe-se que Bin Laden foi eliminado nos arredores da cidade de Abbottabad, no Paquistão, onde habitava numa mansão que se destacava das restantes construções, que a morte foi rápida e o cadáver lançado ao mar, após se comporovar através de reconhecimento facial e amostras de ADN, a identidade do terrorista. Investigações sobre a forma como se conseguiu obter o seu paradeiro, apontam para informações extorquidas através de uso de tortura e massacre. 
Estes dois acontecimentos que fizeram a actualidade do ano corrente, fazem-nos reflectir sobre o conceito de justiça. Como explicar as catástrofes naturais tão abundantes nos últimos tempos a crianças que apenas agora estão a formar as primeiras noções acerca de Deus e a distinguir o bem e o mal? Neste caso o mal não se consegue explicar e a sua ocorrência foge ao nosso controlo. A morte do terrorista Bin Laden, pelo contrário, foi um acto calculado, pensado e executado pela mão humana. Uma tentativa de emendar um acontecimento negro da história americana e de fazer justiça. Muitos dizem sentir-se vingados e a respirar de alívio por haver menos uma pessoa insana no mundo mas será que o conentamento não será fugaz e logo dará lugar ao vazio e à incerteza de sempre? Será que os fins devem justificar os meios e se deve obedecer ao príncipio "olho por olho, dente por dente?". 
As soluções para os grandes dilemas do século XXI, a clivagem entre o Ocidente e Oriente, a instabilidade e o teror deveriam passar preferencialmente por medidas que nos façam entender cada vez mais melhor a raíz dos flagelos e não ficar cada vez mais confusos como uma ilha envolta numa bruma inescrutável.


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