Métodos da Ciência
Numa investigação ou outro procedimento científico são adoptados, no processo de pesquisa, métodos que irão orientar o trabalho e guiar o raciocínio intelectual que é feito. São eles o método dedutivo, indutivo, hipotético dedutivo, dialéctico e fenomenológico. Em linhas gerais, podem ser caracterizados da seguinte forma:
O método dedutivo defende que a razão é o único modo para aceder a um conhecimento verdadeiro, explica o conteúdo de premissas, analisando um caso do geral para o particular; ou seja num racíocínio descrescente. Serve-se do silogismo, construção lógica que a partir de duas premissas, elabora uma terceira premissa que é a conclusão lógica das anteriores. Exemplo: Todos os homens nascem e morrem. X é um homem. Logo, X nasce e morre. Figuras centrais deste método racionalista são os filósofos Descartes, Leibniz e Spinoza.
O método indutivo considera que o conhecimento é essencial para a experiência, não concebe o conhecimento com verdades à priori. Foi desenvolvido pelos empiristas que acreditavam que o Homem nascia como uma tábua rasa, que era preenchida com os saberes decorridos da experiência. Só depois da observação de casos particulares da realidade concreta, vão formular-se generalizações. Este método foi preconizado por Locke, Hume, Bacon e Hobbes. Exemplo: X nasce e morre. Y nasce e morre. XY nasce e morre. Ora, X,Y e XY são homens. Logo, todos os homens nascem e morrem.
O método hipotético-dedutivo funciona pela lógica de, ao haverem conhecimentos insuficientes sobre um assunto, surge o problema científico que se tenta explicar ao formularem-se conjecturas ou hipóteses para a sua resolução. Dessas hipóteses produzem-se consequências que serão falseadas; ou seja, testadas com evidências empíricas que possam conduzir à sua refutação. O grande impulsionador deste método foi o filósofo Karl Popper.
O método dialéctico propõe que as contradições se transcendem, originando novas contradições a serem resolvidas. É um raciocínio que interpreta de uma forma totalizante e dinâmica a realidade. Defende que os factos apenas podem ser analisados tendo em conta o seu contexto social, económico e político. A dialéctica deste metódo foi desenvolvida por Hegel.
O método fenomenológico pretende descrever directamente a experiência tal como ela é e valoriza o papel do sujeito/actor na construção do conhecimento. Utiliza-se em pesquisas qualitativas na medida em que considera que a realidade é polivalente: existem várias interpretações fazendo com que haja uma realidade subjectiva, única para cada pessoa. A realidade é construída socialmente e define-se como o compreendido, o interpretado, o comunicado. Este método foi impulsionado por Husserl.
Estes métodos científicos servem como uma base destinada a facilitar a análise e não como matrizes rígidas e fixas a que se tem de obedecer cegamente. Na verdade, a ciência é intrisecamente imprevísivel, está num
caminho de mudança e de criação contínuas.
Barack Obama pensando
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