Amar à distância

Em qualquer relação amorosa pode haver um determinado período em que os envolvidos estejam distantes fisicamente um do outro e é necessário ter de lidar com uma realidade diferente, a que não se estava inicialmente habituado. De modo inverso, o envolvimento pode começar com afastamento e culminar em grande proximidade física e psicológica. 
Quando não podemos estar em presença com a pessoa amada, podemos pensar em desistir, pensar que o sofrimento é maior do que os benefícios que daí se retira e decidir abrir mão de tudo o que fora construído. Contudo, podemos procurar bem fundo no nosso coração e consciência e concluír que vale a pena ter paciência e preserverância e lutar por um amor que mesmo longínquo, está no nosso horizonte e existe efectivamente. Nem sempre a força e a clareza estão presentes no nosso espírito e acumulam-se os dias em que tudo parece tão confuso e indistinto como um céu enevoado e não conseguimos conectar-nos facilmente com o que sentimos ou desejamos. Muitos consideram esses estados normais, outros preocupam-se de imediato captando um sinal de que algo está errado nas suas vidas. Talvez seja um pouco dos dois. Nem sempre estamos certos do que queremos fazer e de quem queremos nas nossas vidas, duvidar assim como errar, faz parte da definição de ser humano. Quando se experiencia já naturalmente inseguranças várias não poder ver nem tocar esse alguém pode tornar-nos ainda mais infelizes e incompletos, sem saber se e quando esse amor poderá ganhar vida. É um artíficio quando não há uma componente carnal por base ou uma eloquência verdadeira, apesar de todas as quimeras que vivem no pensamento?
De entre algumas dicas de senso comum para conseguir manter um amor à distância e resolver os problemas que vão surgindo contam-se as seguintes:
 - Comunicar preferenciamente todos os dias com a pessoa em questão. Expressar convenientemente tudo o que está a sentir e falar com facilidade sobre qualquer tema dará aos envolvidos ferramentas muito importantes para fazer face à insegurança e ansiedade que estas situações implicam. Um contacto o mais diversificado possível ajuda ambas as partes a manter o auto-controlo e positivismo dentro da relação.
Planear com antecedência visitas e viagens, o que fornecerá uma motivação e objectivos essenciais para superar adversidades. Desta forma, o tempo será vivido com mais tranquilidade, sabendo que há algo que irá mitigar a curto ou médio prazo a distância do relacionamento.
- Confiar nos instintos e percepções que se tem relativamente à outra pessoa, por mais frágil que esse entendimento possa parecer. Quando nos convencemos que se algo mudar na nossa situação, o conseguiremos detectar, conseguimos usufruir dos bons aspectos desta com mais liberdade e descompressão. 
Igualmente importante é ouvir as opiniões de terceiros sem as levar demasiado em conta.; relativizar. Se nos disserem palavras que sejam desencorajadoras ou cépticas quando ao quadro amoroso que se vive temos de ter em conta que cada pessoa é um juíz sem o mesmo conhecimento do que fala de que os participantes activos no contexto, pelo que o seu discurso é apenas uma opinião. Como tal, o que o sujeito opina pode estar certo ou errado, não é objectivo ou universal mas apenas um parecer pessoal de valor relativo. Isto é algo importante especialmente quando se endeusam certas pessoas que consideramos a voz da razão. Devemos apercebermos que os nossos julgamentos são tão ou mais válidos que os de terceiros.  Por último, por mais senso comum que possa parecer é preciso ter uma boa dose de fé que tempere as frustrações e saudades com a esperança doce do futuro.


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