Rosa Branca

É um quase comum dizer que o regime nazi se solidificou na Alemanha de Hitler sem encontrar oposição significativa. Esta afirmação não é de todo verdade na medida em que há exemplos históricos, apesar de não tantos como gostariamos, de pessoas que tiveram uma coragem extraordinária e fizeram frente a um dos regimes mais bárbaros do nosso passado recente. É o caso do movimento intelectual e de não-violência conhecido como Rosa Branca. De inspiração católica, este movimento de resistência anti nazi era composto por alunos da Universidade de Munique e do seu professor de Filosofia. A campanha destes estudantes, desenrolou-se de Junho de 1942 a Julho de 1943 e consistiu, entre outras coisas, na distruição de múltiplos planfletos expondo as suas ideias contra o terceiro Reich. Os membros centrais do grupo eram Sophie Scholl, Hans Scholl e Christoph Probst. Capturados pela Gestapo aós Sophie ter sido encontrada com panfletos, foram todos decapitados a 22 de Janeiro de 1943. A sua mensagem, contudo não morreu com eles e atravessou fronteiras, sendo que em ataques posteriores dos aviões das forças aliadas, milhões de panfletos que tinham chegado ao Reino Unido, foram lançados pela Alemanha. Os textos, esses citavam autores sobejamente conhecidos como Aristóteles, Schiller, Novalis e Goethe bem como passagens da Bíblia.
A primeira carta do movimento, por exemplo, abria com um sentimento de oposião inequívoca às acções do governo nazi, denunciando que os seus "crimes horríveis" iriam conhecer a luz do dia e lançar um véu de profunda vergonha sobre todos os alemães, incluindo as futuras crianças do país.
Postumamente, os membros da Rosa Branca tornaram-se símbolos de resistência alemã da II Guerra Mundial, sendo Sophie (que tinha apenas 21 anos quando foi assassinada) considerada por muitos uma das mulheres mais notáveis do século XX. Pela defesa dos seus ideais, arriscando a vida num dos períodos mais negros Humanidades, os integrantes do movimento Rosa Branca são considerados hoje em dia como herois nacionais, ícones incontornáveis da luta activa e efectiva contra crimes hediondos que nenhum deles poderia tolerar.


Hans Scholl (esquerda), Sophie Scholl (centro) e Christoph Probst (direita) em Munique no ano de 1942

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