"Fúria, fantasmas & Jewel"
Livro: "Fúria Divina"
(2009)_ No último semestre do ano passado foi lançada "Fúria Divina",
a obra mais recente de José Rodrigues dos Santos que traz de volta a sua
personagem Tomás Noronha, criptanalista e professor universitário e se propõe
ser um relato ficcional baseado em factos verídicos acerca do mundo islâmico e particularmente
da ameaça do terrorismo. Um dos chamativos utilizados para a publicidade
referia o facto de todo o livro ter sido revisto por um ex-operacional da
Al-Quaeda, como que a assegurar a completa fiabilidade do seu conteúdo.
Polémicas à parte, o livro é de leitura fácil e satisfatória. Como todas as
obras de José Rodrigues dos Santos resulta de um trabalho sério de pesquisa e
há informação de sobra para percebermos melhor uma religião que apesar de ser
monoteísta como a nossa e em muitos aspectos semelhante, está envolta num véu
de contradições a nível de interpretação da palavra sagrada (o Alcorão) e do
modo certo de agir para ser um bom muçulmano. Ficamos a perceber também o
sofrimento de um Oriente humilhado, os dilemas e raiva nutrida por algo que
não conhecem e não conseguem aceitar (uma religião diferente e os valores do
mundo ocidental). É uma leitura que convida à reflexão e à procura de
respostas.
Música: Jewel “Sweet and wild”
(2010)_ Neste último disco, a cantora e compositora do Alaska, Jewel Kilcher
continua a seguir o trilho country do álbum anterior, numa sonoridade que não
destoa daquilo que vem fazendo na sua carreira, tendo o folk como raíz. As
letras exploram terrenos familiares misturando a alegria dos afectos com pontas
de melancolia e tristeza em temas como "I love you forever",
"Fading" e "Satisfied". Este trabalho é sem dúvida um seguimento aprazível e seguro da carreira de uma artista sem
dúvida subvalorizada no cenário musical.
Filme: "Os Fantasmas de Goya"
(2006) Esta é um daqueles exemplos que nos demonstram que os bons filmes
históricos continuam a existir e a ter muito boa qualidade. Num elenco
encabeçado por Javier Bardem e Natalie Portman, somos transportados até à
repressão pura e dura da Inquisição espanhola, ao jogo de poderes e às
atrocidades e injustiças que se cometeram em nome da religião. Francisco Goya é
apenas um pintor com um talento único para exprimir o que se passa à sua volta
onde as mentes corruptas são as mesmas que lhe encomendam obras e asseguram a
subsistência. Inès é uma jovem acusada de heresia e condenada na flor da idade
e da beleza. Esta é uma história singular que ensina sobre a intolerância, a
verdade e a loucura.
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