"When I get home" Solange: a curta-metragem maravilhosa
"When I get home" é uma curta-metragem, com 41 minutos na versão estendida, lançada em 2019, juntamente com o álbum de Solange com o mesmo nome.
Acompanhar um registo sonoro com uma componente visual não é para todos, basta perguntar a Beyoncé, irmã de Solange. As irmãs afirmam que são diferentes mas também admitem que se inspiram no trabalho uma na outra.
A ideia de Solange era explorar a sua terra natal, Houston, Texas (sabemos que a família dela cresceu na área emblemática do Third Ward) e conceitos como evolução individual, sensação de pertença, identidade e raízes ancestrais estão em evidência.
Se os cowboys sulistas aparecem em muitos segmentos da curta metragem, os movimentos soltos de Solange enquanto dança livremente e com um sorriso despreocupado são também por si só um destaque nesta obra. Mostram uma mulher no controlo do que escolhe veicular para o exterior e o resultado final é muito bonito.
Solange reflete sobre o que é o lar, se é um território ou uma realização espiritual. Vemos construções artificiais, vemos arranha céus, vemos um jogo de Second Life. Em todos eles Solange pretende expressar a sua visão, o que a motivou para este projeto que nunca foge à representatividade do anterior "At seat at the table".
Foi Solange que fez o design das longas esculturas da curta metragem, que a editou juntamente com os seus colaboradores, tendo por base uma paleta visual elaborada. Sons como os da chuva visavam uma sinestesia orgânica.
O afroturismo no final do filme é uma forma de escapismo, uma fuga à opressão, de diferentes lugares de reconciliação num modo existencial mais centrado. É depois de passar por todos esses lugares que se vai chegando a casa.
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