Sensações
As fotografias desaparecem, acumula-se o pó naquelas que restam. Já não espelham a realidade, são apenas lembranças de um passado em que se foi feliz que não existe mais. A chuva cai sobre mim, inunda os meus pensamentos, torna-me mais simples, acalma um pouco a dor. Todos os sonhos se evaporam lentamente, a escuridão invade-me, não encontro a minha voz. Ideias são como cavalos galopantes na minha cabeça, não me dão sossego. Agora sei que não posso ceder à menor solicitação, que a minha pele tem de ficar um pouco mais dura, que nenhuma desculpa é suficiente para justificar tantas más acções. Sei que não posso viver de falsas esperanças, direccionar as minhas energias para objectos irrealizáveis porque não dependem só de mim. E o que está nas minhas mãos é tão pouco mas talvez seja suficiente para me transformar. O que há na vida que não sejam sensações? Subjectivas, pessoais e intransmissível? Que impressionam, que magoam, que nos tiram o sono e nos deixam por vezes cativas de uma pa