Limbo
Estamos habituados a ser definidos pelo mundo num conjunto quase inf indável de características: pelo nosso aspecto físico, pela família de origem, pela posição social que ocupamos, pelo dinheiro que temos, pelo que fazemos e muitas vezes pelo que não fazemos. O exterior dá-nos uma imagem que acreditamos ser-nos pertencente, que encaramos como um espelho. Não aceitamos qualquer outra possibilidade porque não somos capazes de avaliar por nós mesmos. Quando os critérios se esgotam e não temos mais rótulos ou padrões para classificar quem somos ficamos presos num vazio de sentido. Tudo parece assustador. Não estamos no inferno nem estamos no céu. É como se vivêssemos à margem e todos se tivessem esquecido da nossa existência. É duro estar numa fase de transição sem saber como a história se desenrola, em que lutarmos por ter outra perspectiva da estrada sem todavia o conseguir , em que tudo o que nos preenche o tempo parecem actividades insignificantes e inúteis feit a s para