A lenda de Dánae
Na mitologia greco-romana. Dánae era uma princesa, filho de Acrísio, rei de Argos (cidade da Grécia) e de Eurídice. Preocupado por não ter herdeiros varões, Acrísio consulta um oráculo que lhe informa que será morto por um futuro filho de Dánae. O assassínio às mãos do neto seria inevitável, ainda que este se escondesse no fim da Terra.
Face a esta revelação, o rei aprisiona a jovem Dánae, ainda virgem, numa torre de bronze para que jamais lhe desse descendência.
Apesar de todas estas medidas, Zeus, o rei dos deuses, enamora-se da bela princesa e transfigurando-se numa chuva de ouro consegue entrar na fortificação e cair no colo de Danae, engravidando a rapariga. Nasceu assim Perseu. Ao saber deste acontecimento, Acrísio ordena que a filha e o neto sejam atirados ao mar num baú de madeira. Contudo, estes sobrevivem (Zeus ordena ao deus Posídon para acalmar os mares) e são acolhidos na ilha de Sérifo. Perseu cresce e começa a distinguir-se em feitos heróicos como a aniquilação da medusa (um dos grandes monstros da época)., Em comemoração, realizam-se jogos atlético na cidade de Lárissa, com o rei Acrísio presente na plateia, que é alvejado acidentalmente por um dardo atirado por Peseu. Cumpre-se assim a profecia.
É atribuída a Danae a fundação da cidade de Ardea, na região do Lácio (actualmente Roma). Esta foi um dos mitos mais populares da Antiguidade e reveste-se de simbolismo. Por um lado, esta lenda exprime o poder divino. Danae surge como imagem da terra árida, que apenas Zeus pode fecundar, através da chuva de ouro; mostrando que esta divindade conseguia aceder a qualquer local, mesmo que resguardado, impenetrável ou encarcerado nas profundezas do solo. De outro lado, vemos a tentativa falhada de Acrísio de lutar contra o, que se apresenta como inexorável, firmado desde o início dos tempos, por uma vontade eterna. Não lhe é possível escapar ao determinismo, visto que Perseu vai involuntariamente cumprir o Oráculo, é a forma humana e mortal pela qual os deuses se manifestam. De maneira análoga, Dánae surge-nos como um símbolo da sensualidade e fertilidade, cuja condição feminina não pode ser reprimida por agentes externos e acaba sempre por perseverar.
muito bom_!
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