ONU anuncia fim da fome na Somália

 


A ONU anunciou hoje o fim da crise de fome na Somália. Este é o resultado de uma época de boas colheitas, chuvas abundantes (de Outubro a Dezembro) e distribuição eficiente de alimentos por parte das organizações humanitárias. Porém, as Nações Unidas alertam para a fragilidade da situação e para a necessidade de uma assistência alimentar continuada. As condições podem deteriorar-se facilmente se houverem novas secas, por exemplo.
A fome em duas partes no Sul da Somália foi declarada pela ONU em Julho de 2011 e o alerta foi alargado em Setembro a seis oito regiões do chamado Corno de África. Estima-se que a 750 mil pessoas tenham estado em risco de vida no período mais crítico da crise de fome.  
Este quadro negro começou a ser revertido com a ajuda alimentar a 100 mil pessoas em campos de Mogadíscio, capital da Somália e a intervenção humanitária (foram doadas sementes e fertilizantes). Instruiriam-se ainda programas alimentares e o preço de cereais desceu. A FAO reabilitou 595 km de canais de irrigação e tratou gato em risco de contrair doenças. Assim, de 4 milhões de pessoas a precisarem urgentemente de assistência alimentar passou-se para 2, 34 milhões (cerca de 31% da população).
Apesar disso, a ONU salienta a precariedade destas melhoria visto que as colheitas apenas vão durar alguns meses. Estima-se que 325 000 crianças continuem em risco de vida, por má nutrição grave.  
A ONU aponta para a necessidade de apostar nas inovações agrícolas, na resiliência das populações e no desenvolvimento para estabilizar a região e promover a segurança no que se refere a mantimentos. Cooperação entre várias entidades, partilha de técnicas e apoio certo na altura certa são considerados os caminhos a seguir.
A entrega de alimentos encontra ainda resistência na zona meridional e central deste país africano, mais afectada actualmente pela guerra civil que se vive na Somália. Inicialmente devido a disputas tribais, o conflito bélico dá-se agora entre as forças do governo e os rebeldes islâmicos, com o auxílio de militares do Quénia e Etiópia.
O poder político divide-se pelos senhores da guerra que controlam vários pontos do território. O clima é instável e confuso, com três estados a reivindicar autonomia dentro de um país unificado (estatuto só reconhecido, de momento, à Somalilândia).
A crise de fome continua a afectar 9,5 milhões de pessoas no Corno de África, para além da Somália, as provações alimentares estendem-se ao Quénia, Djibouti e Etiópia. 





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