Marilyn Monroe redescoberta



Vieram recentemente a público fotos tiradas a Marilyn Monroe para a revista LIFE  em 1950 e guardadas durante meia década. 
Na altura, Marilyn era uma aspirante a actriz de 24 anos de idade, que começava a dar os primeiros passos na carreira. Já tinha pintara o cabelo de louro platinado e alterara o nome de Norma Jeane Mortensen. A partir de trabalhos como modelo, passou de ilustre desconhecida a um rosto inesquecível que iria arrebatar Hollywood em películas como "O pecado mora ao lado", "Paragem de autocarro", "Quanto mais quente melhor" ou "Os homens preferem as louras".
O fotógrafo Ed Clark captou Marilyn no meio da natureza, de forma simplista, em que a beleza e frescura não deixam de brilhar. Nos tempos mortos da sessão, a actriz lia poemas e páginas de guiões, ensaiando personagens. As razões pelas quais as imagens ficaram na obscuridade tanto tempo não são plenamente conhecidas, devendo-se na altura a falhas na qualidade dos rolos e ao anonimato da actriz na época. 
Um dos maiores símbolos sexuais de todos os tempos e um ícone de estilo, Marilyn Monroe era mais do que o rótulo de rapariga estonteante mas tonta que lhe colaram durante a maior parte da sua carreira. Leitora ávida, a actriz tinha uma colecção pessoal de milhares de livros de autores como Joseph Conrad, Albert Camus, John Steinbeck, Samuel Beckett e James Joyce (foi fotografada a ler "Ulisses" em várias ocasiões". 
Da sua boca saíram frases acutilantes de auto-análise ("Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, sou um pouco fora de controle e às vezes difícil de lidar mas se não consegue lidar com o meu pior, então de certeza não merece o meu melhor"), desilusão com a fama ("Hollywood é um lugar onde te pagam mil dólares por um beijo e cinquenta centavos pela tua alma"), sobre o comportamento humano ("A imperfeição é bela, a loucura é genial e é melhor ser absolutamente ridículo do que absolutamente chato") e a vida em geral ("Qualquer coisa que mereça ser possuída, merece ser esperada"). 
Estrela carismática mas vulnerável, actriz subestimada e frequentemente incompreendida numa vida tão curta quanto atribulada e intensa, Marilyn deixou uma herança indelével no mundo, a que continuam a acrescentar-se vestígios de uma história só dela, que no entanto, se mantém apaixonadamente viva.

 

 

 

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